Redação
A carta de despedida de Kurt Cobain
O que aconteceu naquela primeira semana de abril de 1994 ainda guarda muitos mistérios. Talvez apenas a suposta carta de despedida seja um indício do que realmente provocou o suicídio de Kurt Cobain. Veja a tradução da carta deixada por ele:
Para Boddah*
Falando da língua de um simplório experiente, que obviamente preferiria ser um eliminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender.
Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde a minha primeira introdução a, digamos assim, éticas envolvendo independência, a aceitação de sua comunidade provou ser verdadeira. Há muitos anos não tenho me sentido empolgado em ouvir ou fazer música, bem como ao ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras.
Por exemplo, quando estou atrás do palco e as luzes apagam e o ruído maníaco da multidão começa, não me afeta do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com a adoração da multidão, o que é algo que eu totalmente admiro e invejo. O fato é que eu não posso fazer você de tolo. Nenhum de vocês posso enganar. Simplesmente não é justo para você ou para mim. O pior crime que eu posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingido como se eu estivesse me divertindo 100%.
Às vezes, eu acho que deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo dentro do meu alcance para gostar disso (e eu gosto, Deus, acredite em mim, eu gosto, mas não o suficiente). Aprecio o fato de que nós atingimos e divertimos muitas pessoas. Devo ser um desses narcisistas que só dão valor às coisas quando elas se vão. Sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança.
Nessas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas eu ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que eu tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, o sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei!
Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me recorda muito do que eu era, cheio de amor e alegria, beijando toda pessoa que encontra, porque todo mundo é bom e não lhe fará nenhum dano. E isso me apavora a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso ficar com a ideia de Frances se tornar o triste, o autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei. Tive muito, muito mesmo, e eu sou grato por isso, mas desde os sete anos passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho.
Obrigado do fundo do meu nauseado estômago, queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais a paixão. Então, lembrem, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, amor, empatia.
Frances e Courtney, eu estarei em seu altar. Por favor, vá em frente Courtney, por Frances. Por sua vida, que vai ser mais feliz sem mim. EU TE AMO! EU TE AMO!
*Boddah - Amigo imaginário que Kurt tinha quando era pequeno.
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