Os oito países lusófonos ou Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP, (são eles Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste) estão tentando implantar um acordo ortográfico único desde 1990. Porém, Brasil e Portugal tentam desde 1931 uma uniformidade.
A regra ortográfica vigente até agora no Brasil foi instituída pelos militares, no ano de 1971, e ficou conhecida por eliminar o acento circunflexo (êle, sôbre, etc.). Antes dessa, já havia tido outra reforma feita em 1943.
A última reforma ortográfica de Portugal data de 1945, ou seja, em termos linguísticos, muita coisa mudou de lá para cá.
Mesmo com os portugueses criando o maior entrave – por exemplo, o prêmio Nobel José Saramago era um ardoroso inimigo – com a implantação do novo acordo ortográfico, porque temiam/temem o “abrasileiramento” da língua de Camões (Portugal mudaria 1,6% e Brasil 0,57% do léxico), o Parlamento Português aceitou o pedido dos demais países, cedendo a pressões, como a do governo brasileiro, responsável por 190 milhões de falantes. No total são 240 milhões de falantes do português no mundo, o que faz a L. P. ser a quinta língua mais falada.
Então, ficou acertado que, no Brasil, haveria 04 anos de adaptação (de 2009 a 2012) e, a partir de 1º de janeiro de 2013, tornar-se-ia obrigatória para todas as instâncias do país.
Mas não foi unanimidade entre os países esse tempo de transição. Portugal, Guiné-Bissau, Timor Leste e São Tomé e Príncipe estenderam o prazo para 2015. Angola e Moçambique são os mais atrasados e ainda não estipularam nem sequer o período de transição.
Apesar de toda a polêmica criada pelos patrícios d’ além-mar, uma regra ortográfica unificada tende a ser irreversível, pois é necessária para se tornar um dos idiomas oficiais da ONU, além de facilitar o comércio e a circulação de materiais, como documentos oficiais, filmes e livros, sem que seja necessário fazer uma “tradução” deles.
Durante os quatro anos de adaptação, os meios de comunicação, editoras, escolas etc., iriam se adaptando aos poucos, tendo conhecimento do tal acordo, podendo fazer o uso da nova grafia, caso assim optassem. Já os vestibulares e concursos poderiam solicitar a velha ou a nova regra nas suas questões, já que seria obrigação do estudante (cidadão!) conhecê-las.
No entanto, a Redação, disciplina que ministro há mais de uma década, deveria obedecer apenas a uma delas, sendo considerado erro ortográfico a abordagem de ambas no mesmo texto.