Zulu
Quando criança, Ali Neuman fugiu de sua terra natal para escapar das milícias do Inkatha, em guerra com o partido rival, o Congresso Nacional Africano. Ele e sua mãe foram os únicos membros da família a sobreviver àqueles anos de terror, e Ali carrega traumas, emocionais e físicos, que não compartilha com ninguém.
Hoje chefe da polícia criminal de Cape Town, vitrine da África do Sul, Neuman tem que lidar com dois terríveis flagelos que assolam a primeira democracia da África: a violência e a AIDS. Seu trabalho se complica quando a filha de um ex-campeão mundial de rugby da elite branca é encontrada brutalmente assassinada, com vestígios de uma droga desconhecida no sangue. Ali Neuman, Dan Fletcher – o jovem braço direito do capitão zulu – e o turbulento tenente Brian Epkeen parecem andar em círculos na investigação, seguindo uma pista falsa após a outra, enquanto a carnificina se intensifica. Ainda que o apartheid tenha sido extirpado da cena política, velhos inimigos continuam agindo à sombra da reconciliação nacional.
Carregado de violência e desvelado por um texto primoroso e premiado, Zulu é um raio-x estarrecedor da realidade criminal de uma nação marcada por desigualdades e contradições.
Ferreira Gullar: Autobiografia poética e outros textos
“O que é o espanto que faz nascer o poema? É a súbita constatação de que o mundo não está explicado e, por isso, a cada momento, nos põe diante de seu invencível mistério. Tentar expressá-lo é a pretensão do poeta.” - Ferreira Gullar
Este volume, inédito, revela, de forma honesta e sensível, a trajetória de Ferreira Gullar. Trata-se de um depoimento, uma reflexão sobre seu fazer poético, em linguagem acessível, num diálogo franco com o leitor. Além da autobiografia, o livro reúne duas entrevistas com o poeta, uma de 1965 e outra de 2014, e ensaios sobre importantes nomes da literatura internacional – César Vallejo, o grande poeta nacional do Peru, o enigma Fernando Pessoa e o rebelde Rimbaud –, expressando a visão de Gullar sobre a criação artística. A obra traz, ainda, fotos de diferentes épocas da vida do poeta.
Fastos
Sobre o que fala um grande poema? A criação do mundo, o amor, uma guerra, um herói? Também pode ser uma aldeia, um rio, uma pedra, um mosquito. O tema varia do grandioso ao ínfimo, a critério do poeta. A partir de um tema aparentemente árido (o calendário romano instituído por Augusto), Ovídio faz um lindo poema que fala da cultura de Roma.
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“Fastos, esse poema genial, de um poeta genial, é sopro divino que nos conduz em vida à Roma Antiga. Festas, cultos, celebrações, honra aos deuses e às ações humanas, cerimônias, astros e estrelas, aniversários, datas precisas organizam-se num mosaico de palavras finamente lapidadas, compondo dias, meses: Calendário! Calendário-poesia com todas as cores de todas as imagens, poesia que transcende os limites do tempo e da literatura.” - Antônio Martinez de Rezende
Prometeu Desacorrentado e outros poemas
Percy Bysshe Shelley (1792-1822) forma, ao lado de Lord Byron e John Keats, a tríade de grandes poetas do romantismo inglês, que tanta influência exerceu sobre a literatura brasileira. Apesar disso, a maior parte de sua obra permanecia sem tradução.
A fim de ampliar o leque de obras do poeta disponíveis para o leitor brasileiro, apresentamos mais extensa seleção de poemas de Percy Shelley já publicada em língua portuguesa. Compõe o livro a primeira tradução poética do longo poemaPrometeu Desacorrentado, além de poemas representativos da breve carreira do poeta, como “Alastor”, “Ozimândias” e os dedicados a criticar Wordsworth e Coleridge.
Esta antologia, preparada por e com cuidadosa tradução de Adriano Scandolara, procura manter o vigor dos poemas originais. Uma oportuna introdução à poesia de Shelley.