Entrevista com Marcos Piangers: "O único item de valor na vida é o tempo que você passa com quem ama"
Redação

Entrevista com Marcos Piangers: "O único item de valor na vida é o tempo que você passa com quem ama"





Se você ainda não ouviu a sua voz na rádio, aqui vai uma rápida definição: Marcos Piangers é puro pop. O pai de Anita e Aurora (sim, essa é a sua primeira atribuição) lançou neste mês um livro de crônicas que, ao se contrastarem, convergem para um mesmo ponto: ser pai pode ser sorrir e pode ser chorar. Pode ser bronca e pode ser carinho – tudo isso ao mesmo tempo. O Papai é pop reúne 33 textos que transmitem os desafios, situações engraçadas e, principalmente, a visão única de Piangers sobre uma das maiores “profissões” do mundo. Conversamos com Piangers, que nos conta – mais descontraído do que nunca – um pouco mais sobre o relacionamento sincero, estreito e feliz que mantém com as suas filhas. 

Belas-Letras: Quando surgiu esse insight de escrever para contar as aventuras e situações com as suas filhas. Foi proposital ou ao acaso? 
Piangers: Comecei a desenhar algumas histórias da minha primeira filha em 2011. Em 2013 comecei a escrever no jornal mensalmente sobre as experiências de ser pai. É resultado de uma vontade de guardar esses presentes preciosos, que são as histórias infantis.

Belas-Letras: Qual é o papel do pai moderno na sociedade atual?
Piangers: O pai moderno não tem aquele distanciamento que estávamos acostumados nos anos 80 e 90. Os pais dos meus amigos eram quase que mafiosos: quando eles apareciam na casa a molecada fazia silêncio, parava de correr, meio que se escondia pra não levar bronca. A geração de novos pais é mais participativa, carinhosa e presente. E tomara que continue assim, para o bem das crianças e felicidade dos papais.

Belas-Letras: O que faz de um pai um pai POP?
Piangers: Todo pai é um herói para seus filhos – a não ser aquele que decide ser ausente. O papai pop é o pai presente.

Belas-Letras: Antigamente, o pai era visto como um “chefe/alguém carrancudo”, e hoje o pai é uma figura mais participativa. Como você vê isso?
Piangers: Aos pais que mantiveram distanciamentos artificiais com seus filhos, por questão cultural, por terem trabalhado demais ou por terem optado não ser presente, só posso dizer uma coisa: vocês não sabem o que perderam.


Belas-Letras: Anita (a filha mais velha, 9 anos) já lê as suas crônicas? Ela dá sugestões?
Piangers: Sim. A Anita não gosta de nada que eu faço, profissionalmente. É minha maior crítica!

Belas-Letras: Como você encara a “profissão pai” (tempo com as pequenas) com a sua profissão de comunicador (rádio, eventos, viagens)?
Piangers: O único item de valor na vida é o tempo que você passa com quem ama. As pessoas valorizam demais o dinheiro, trabalham para sustentar os filhos, sem lembrar que o dinheiro é, muitas vezes, super estimado. Se você pudesse trocaria dinheiro por saúde. Trocaria dinheiro por mais amigos. Garanto que trocaria dinheiro por mais tempo com pessoas que ama. A gente só se toca nisso quando o tempo passa, quando os filhos crescem. É um erro tão banal. Não quero cometer esse erro. Dou banho e ponho pra dormir quase todos os dias. Troco chopes com os amigos por cinema com as meninas. Quando viajo a trabalho sempre dou um jeito de levá-las. É o que me mantem feliz.

Belas-Letras: Como você trabalha as redes sociais?
Piangers: Experimento novas redes sociais e aplicativos o tempo todo, e acabo sendo sempre um dos primeiros a entrar nas redes. Foi assim no Twitter, no Instagram, no Periscope. Uso cada rede pra uma coisa, mas gosto mesmo do engajamento que Instagram e Facebook podem proporcionar ao redor de coisas bonitas.

Belas-Letras: Como impor limites e ser um pai legal ao mesmo tempo?
Piangers: Pais ainda estão tentando achar o meio termo. Quero que minhas filhas explorem suas capacidades criativas, desde que não seja desenhando na parede de casa. Quero que verbalizem o que pensam, desde que não seja no meio da madrugada. Quero que expressem seus sentimentos, desde que não seja deitadas no meio de um supermercado lotado, por favor.

Belas-Letras: Sobre a escrita, em que momentos você costuma escrever? As pequenas estão por perto, você precisa ficar sozinho…?
Piangers: Escrevo sempre de madrugada. Com elas por perto tento apenas prestar bastante atenção no que dizem, nas coisas que fazem. Isso é fascinante. Vou anotando tudo, opiniões, palavras engraçadas, momentos emocionantes. Depois, de madrugada, quando estão dormindo, tento começar um texto a partir do que anotei. Escrever com as meninas acordadas é inviável por dois motivos: estaria desperdiçando o tempo com elas sentado na frente do computador e elas estariam subindo na minha cabeça enquanto tento escrever. Olha, lá vem uma delas auqodfs LISNAIUC NCN903J ,MCN Z,

Viu?

Belas-Letras: Além do cara que ouvimos na rádio, quem é o Piangers?
Piangers: Pergunte ao meu psiquiatra.





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