Romantismo [resumo]
Redação

Romantismo [resumo]


O Romantismo, como escola literária, predomina na Europa, na primeira metade do século XIX. Nasceu como arte fundamentalmente voltada para a expressão do indivíduo e que estabelece como valor não mais o sangue ou a tradição, mas sim as realizações individuais. Em lugar da natureza hereditária, a estética romântica valoriza a nobreza individual. Em lugar de exaltar a beleza clássica, que exige uma natureza e um físico perfeitos, o autor romântico louva o esforço individual, a sinceridade, o trabalho. E, assim, os valores burgueses vão, aos poucos, sendo apresentados como paradigma de comportamento social nas obras de arte que começam a ser produzidas.


Contexto histórico 

O liberalismo europeu ecoou por toda a Europa, balançando os governos absolutistas, e pela América, influenciando os processo de independência ocorridos entre 1776 e 1825. No caso de Portugal e Brasil, o momento histórico que antecede a introdução do Romantismo é determinado pelos valores da Revolução Francesa e pela expansão napoleônica, decisiva para a história dos dois países: as tropas francesas invadem Portugal em novembro de 1807 e a Família Real se transfere para o Brasil, aqui chegando no início de 1808. Os anos que seguem, em Portugal, são de crise monitorada ora pelos franceses invasores, ora pelos aliados ingleses, ora pela realeza instalada no Rio de Janeiro. Com a derrocada do império napoleônico, em 1815, os liberais portugueses se organizam em busca de uma nova ordem e promovem a Revolução Liberal do Porto, em 1820; nas eleições que se seguiram, a burguesia obtém maioria e exige a volta da Família Real, o que de fato ocorre em 1821. Os acontecimentos ocorridos entre 1808 e 1820 foram acompanhados de longe pelos principais artistas e pensadores portugueses que optaram por viver em Londres e Paris. O Romantismo brasileiro, considerado por diversos historiadores o verdadeiro início de uma literatura nacional, está ligado intimamente a todo o processo de independência política. Em 1822, D. Pedro I concretiza um movimento que se fazia sentir de forma mais imediata desde 1808: a independência do Brasil. A partir desse momento, o novo país necessita inserir-se no modelo moderno, acompanhando as nações independentes da Europa e da América. A imagem do português conquistador deveria ser varrida. havia necessidade de autoafirmação da pátria que se formava. A estrutura social brasileira ainda era marcada pelo binômio aristocracia/escravo; o "ser burguês" era mais um estado de espírito, uma norma de comportamento, do que uma posição econômica e social. 

Filosofia, sociedade e valores

A postura racional associada ao Iluminismo dominou o pensamento europeu, principalmente o francês, durante boa parte do século XVIII. Na Literatura, tal postura correspondeu a uma revitalização dos modelos clássicos e a uma visão mais otimista da vida, traduzida nos poemas árcades em que pastores e pastoras celebravam o amor em um cenário de extremo bucolismo. As características árcades serão frontalmente desafiadas pela nova orientação cultural associada ao Romantismo, que prega a livre expressão das emoções humanas. A arte produzida até então tem como ponto de origem e chagada a aristocracia. Ela é produzida pela elite e para a elite. Com a mudança no cenário político, após a ascensão da burguesia ao poder como consequência da Revolução Francesa, os artistas olhavam para o burguês como alguém que tinha dinheiro, mas carecia de cultura; que tinha poder, mas não tinha educação. Era preciso, então, que ocorresse uma transformação cultural equivalente à política, e só os burgueses poderiam realizá-la, porque eram os principais interessados. 

Witches Sabbath, de Francisco Goya


Características:
  • feição anticlássica;
  • arte romântica;
  • predomínio da emoção e do subjetivismo; 
  • nacionalismo;
  • evocação da idade média;
  • gosto pelo exótico;
  • valorização do heroísmo e da nobreza de caráter;
  • idealização amorosa;
  • fascínio pela morte;
  • fuga da realidade.

As influências:
  • Lord Byron (1788-1824), poeta inglês, cuja obra serviu como modelo de ultrarromantismo.
  • Victor Hugo (1802-1885), poeta, romancista e escritor francês, cuja obra, voltada para as questões políticas e sociais de seu tempo, inspirou a última geração de românticos.
Marcos:
  • 1825: Camões- Almeida Garrett.
  • 1836: Niterói - Revista Brasiliense - Gonçalves de Magalhães.
  • 1836: Suspiros poéticos e saudades - Gonçalves de Magalhães.

Principais artistas e obras:

  • Gonçalves de Magalhães (brasileiro, 1811-1882): Suspiros poéticos e saudades, O poeta e a Inquisição, A Confederação dos Tamoios , Urânia, Os mistérios de Vinícius.
  • Almeida Garrett (português, 1799-1854): Lucrécia, Camões, Portugal na balança da Europa, Um Alto de Gil Vicente, O Arco de Sant'Ana, Viagens na minha terra, Folhas Caídas.
  • Casimiro de Abreu (brasileiro, 1839-1860): Primaveras, Camões e o Jau.
  • Gonçalves Dias (brasileiro, 1823-1864): Os Timbiras, Patkull, Meditação, Um Anjo.
  • Álvares de Azevedo (brasileiro, 1831-1852): Lira dos Vinte Anos, Macário, Noite na Taverna, O conde Lopo.
  • Castro Alves (brasileiro, 1847-1871): Espumas Flutuantes, Os escravos, Tragédia no mar, O Navio Negreiro.
  • Alexandre Herculano (português, 1810-1877): A Voz do Profeta, O Pároco de Aldeia, Eurico, O Plesbítero, A Abóbada, O bispo negro.
  • Antônio Feliciano de Castilho (português, 1800-1875): Mil e Um mistérios.
  • Camilo Castelo Branco (português, 1825-1890): Mistério de Lisboa, Onde está a felicidade?, Doze casamentos felizes, Amor de perdição, Amor de salvação, A queda dum anjo, A doida do Candal, O retrato de Ricardina, A Corja.
  • Júlio Dinis (português, 1839-1871): As Pupilas do Senhor Reitor.
  • Soares de Passos (português, 1826-1860).
  • William Blake.
  • Eugène Delacroix. 
  • Caspar David Friedrich.
  • Henry Fuseli.
  • John Constable.



Fontes: Português: Linguagens - William Cereja & Thereza Cochar + Português: Língua, Literatura e Produção de Texto: Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara & Tatiana Fadel.



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