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Entrevista com Mike Carson: "O Brasil é a casa do futebol"

O que está por trás de um bom jogador ou de um time de sucesso? Para Mike Carson, especialista em Desenvolvimento Humano convidado a analisar e acompanhar a rotina dos líderes do esporte durante um ano, a mentalidade vencedora dos técnicos de futebol é o fator chave de uma equipe bem sucedida. E é isso que Os Campeões: Por dentro da mente dos grandes líderes do futebol, apresenta ao público. Conversamos com Mike sobre o processo de criação da obra. Acompanhe a entrevista exclusiva!

Belas-Letras: Conte-nos sobre ter acompanhado os melhores treinadores de futebol durante uma temporada completa.

Mike Carson: Eu descobri duas coisas. Primeiro, uma temporada é como uma maratona: é necessário planejamento e uma cuidadosa preparação. Sustentar as suas performances durante uma temporada inteira é um grande desafio para os líderes. Em segundo lugar, é como uma jornada onde companheiros viajam junto por uma longa distância e um longo período de tempo. Quando a companhia é forte e o time permanece junto, as chances de sucesso são muito maiores. Este é um fator muito importante para o líder. Quando as relações são fortes, então o líder pode ter bom impacto com os seus jogadores.

Nós podemos descrever o futebol como uma escola de liderança?

Mike: Absolutamente! Eu sempre acreditei que o futebol em seu mais alto nível é um dos lugares mais difíceis na Terra onde se pode demonstrar a liderança. É como um caldeirão quente, e muitos ingredientes aparecem juntos. É exigente, implacável e até mesmo periogoso. É também excitante, assustador e muito, muito público. Por isso eu escrevi o livro.

Qual treinador mais te surpreendeu?

Mike: Eu nomearia dois homens. O primeiro é Mick McCarthy, cuja liderança é muito natural. Eu suspeito que todo mundo ama trabalhar com ele, uma vez que ele tem uma pegada muito clara e forte. O outro seria Jose Mourinho. Eu esperei encontrar um bom homem, porém também acabei observando uma humildade marcante. Essa combinação é o que fez dele um grande vencedor.

Por que você acha que as pessoas que não se interessam por futebol poderiam se interessar pelo livro?

Mike: Se um leitor é interessado no desafio da liderança humana, então ele amará esse livro. Se ele não gostar de futebol, mesmo assim descobrirá a complexidade e a humanidade de um esporte que talvez ele classifique como irrelevante.

Como foi captar informações pessoais de técnicos que são muito reservados?

Mike: Eu amei conversar com os técnicos porque nós raramente escutamos os seus verdadeiros pensamentos. Com isso quero dizer que as entrevistas após as partidas ouvimos sempre questões sobre o árbitro, as sanções, cartões vermelhos e oportunidades perdidas. Nós quase nunca ouvimos perguntas mais profundas das suas filosofias, modos de pensar, emoções, padrões, estratégias. Por essa razão eu acredito que os treinadores são muito felizes de falar com alguém que está verdadeiramente interessado, que escuta e que preserva a confiança.

"Tenho sido hipnotizado desde que eu era criança pela liberdade, alegria e qualidade do futebol brasileiro, e pela forma como ele aproveita uma nação – e até mesmo o mundo. Eu nunca vou esquecer a equipe da minha juventude – Falcão, Zico, Éder, Junior e Sócrates – para mim estes homens eram a encarnação viva do jogo bonito. Portanto, estou muito contente e honrado que meu livro tenha sido publicado no Brasil, a casa do futebol."

Qual foi a parte mais difícil de todo o trabalho envolvido? E a melhor delas?

Mike: Na verdade, eu acredito que são a mesma coisa. Jogos de computador simulam o trabalho do treinador como a compra e venda de jogadores, bem como a seleção da equipe. Na realidade, isso é apenas 10-20% da obra. A parte mais difícil (e maior parte do trabalho) é inspirar e caminhar ao lado, liderando os seres humanos.

Você acompanha o futebol brasileiro? O que os nossos treinadores podem aprender ao lerem “Os Campeões”?

Mike: Tenho sido hipnotizado desde que eu era criança pela liberdade, alegria e qualidade do futebol brasileiro, e pela forma como ele aproveita uma nação – e até mesmo o mundo. Eu nunca vou esquecer a equipe da minha juventude – Falcão, Zico, Éder, Junior e Sócrates – para mim estes homens eram a encarnação viva do jogo bonito. Portanto, estou muito contente e honrado que meu livro tenha sido publicado no Brasil, a casa do futebol. Tudo o que posso oferecer para treinadores brasileiros são minhas observações da vida no Campeonato Inglês. Eu sempre acreditei que a aprendizagem de nossos pares é uma das formas mais poderosas para crescer. Se os treinadores da grande nação do Brasil podem aprender algumas ideias a partir da liderança muito internacional e cosmopolita que é o Inglês Premier League, então estou muito satisfeito. Desejo grande crescimento e alegria para o jogo de futebol no Brasil.

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