EU, VOCÊ E A GAROTA QUE VAI MORRER
Greg Gaines é socialmente invisível, Earl Jackson vem de um lar desajustado e Rachel Kushner tem câncer, mas Eu, você e a garota que vai morrer está longe de ser mais um dramalhão lacrimoso. Subvertendo clichês, o autor Jesse Andrews oferece um romance de formação que, com um estilo pop e original, consegue juntar irreverência e sensibilidade ao tratar dessa coisa maluca chamada morte.
Manter-se alheio a grupos e tribos é a estratégia de sobrevivência adotada por Greg em meio à caótica fauna adolescente – e são poucos os gordinhos que, como ele, conseguem chegar incólumes ao último ano da escola. Sua única companhia razoavelmente constante durante esse tempo tem sido Earl, o baixote de boca suja ao lado de quem descobriu um tesouro dentro de casa: a coleção de DVDs do pai. Desde que se depararam com a expressão insana do ator Klaus Kinski na foto da capa de Aguirre, a cólera dos deuses, os dois vêm assistindo a centenas de filmes e produzindo juntos suas próprias versões dos preferidos (muitas vezes estreladas por Cat Stevens, o gato da família).
Quando Rachel, uma colega de classe, é diagnosticada com leucemia, Greg se vê obrigado a repensar os conceitos de sua calculadamente minimalista vida social. Porque sua mãe, cuja especialidade é vencer qualquer duelo verbal, acha que ele deve se aproximar da menina para tentar fazê-la se sentir melhor durante o tratamento. Assim, após constrangedores momentos de silêncio e piadinhas nervosas de gosto duvidoso, o rapaz descobre que os vídeos toscos realizados em parceria com Earl, aqueles que eles haviam jurado jamais mostrar a alguém, são a maneira mais eficaz de levar um pouco de alegria ao dia a dia de Rachel.
Elogiado romance sobre escritor que forja histórias de imigrantes judeus em Nova York leva a refletir sobre justiça, história e as fronteiras entre verdade e ficção.
O que surge a partir daí, no entanto, não é uma história de amor e superação capaz de desafiar as forças da natureza – pelo contrário: Eu, você e a garota que vai morrer aborda questões como perda e amadurecimento por meio de uma narrativa realista, sincera e engraçada. Como uma espécie de O apanhador no campo de centeio da geração Z, o romance mergulha fundo na alma dos jovens para criar uma voz que tem o poder de cativar leitores de todas as idades.
O livro foi adaptado para a tela grande pelo próprio Andrews em um longa-metragem que, com direção de Alfonso Gomez-Rejon, acaba de ganhar os dois principais prêmios (do público e do júri) em Sundance, o mais importante festival dedicado ao cinema independente. Idiossincrática e fascinante, é uma obra de coração leve e alma cult que está conquistando o mundo.
Em Por um toque de ouro, Carolina Munhóz se baseia na figura do Leprechaun, que faz parte do folclore irlandês, para contar a história de Emily O’Connell, descendente de uma das famílias mais tradicionais de Dublin. Rica e bonita, a protagonista está acostumada a receber sempre o melhor, mas nem desconfia de que isso, na verdade, é um dom que pode ser passado de uma geração a outra.
Ruiva, olhos verdes, corpo esbelto e um toque de sorte que parece inesgotável. Assim é a jovem Emily O’Connell, futura herdeira da luxuosa marca de sapatos e bolsas O’C. Integrante de uma das famílias da alta sociedade irlandesa, ela é uma espécie de ícone da cultura pop no país, venerada por milhões de garotas e cortejada pelos rapazes mais bem-sucedidos e famosos da Europa. Para completar, tem um ótimo relacionamento com os pais, que a adoram. O que Emily não sabe é que sua vida quase perfeita está por um fio.
Franco, sensível e bem-humorado, romance da premiada documentarista britânica aborda o lado imprevisível da vida e os desafios da relação entre pais e filhos.
Ao lado de Darren, seu melhor amigo, Emily frequenta festas e pubs. Embora os dois estejam matriculados na mesma universidade, a prestigiada Trinity College, ela acumula faltas no curso de Dramaturgia. Quando decide voltar às aulas após um estranho incidente com um rapaz na comemoração do dia de St. Patrick, a jovem fica em dúvida se sua sorte chegou ao fim: começa o dia discutindo com um por um renomado professor de teatro e termina com um esbarrão em um garoto, que a trata de forma grosseira, ao entrar na festa de casamento de uma amiga da família.
Para a surpresa de Emily, o garoto se aproxima e puxa conversa. Embora sinta-se atraída por ele, Emily fica irritada com seu jeito arrogante e decide sair de perto. Quando achou que havia se livrado do garoto, a noiva decide apresentá-los. Trata-se de Aaron Locky, herdeiro de uma das famílias mais ricas de São Francisco, nos Estados Unidos. A partir daí, os caminhos de Emily e Aaron voltam a se cruzar, e a curiosidade da ruiva aumenta na mesma proporção da atração que sente por ele.
O romance com Aaron avança e Emily vai descobrindo que é uma pessoa com um toque especial e que existe alguém querendo roubar seu dom. Mergulhe no mundo de aventura, fantasia e mistério criado por Carolina Munhóz e descubra o que as pessoas estão dispostas a fazer por um toque de ouro. Este livro é o primeiro da série Trindade Leprechaun
O ENIGMA DO PÁSSARO DE FOGO
Brodie Bray sempre se sentiu um pouco deslocada, até receber, pelo correio, uma mensagem cifrada capaz de virar sua vida de cabeça para baixo. Quando o enigma, que na verdade é um convite, a leva para uma nova escola e um novo mundo repleto de quebra-cabeças e aventuras, Brodie ganha novos amigos, mas também novas responsabilidades. E logo se vê envolvida por códigos secretos, antigos manuscritos, novos mistérios e ameaças, enquanto tenta decifrar o código mais complicado de todos os tempos. Contrapondo mentira e verdade, riqueza material e amizade, pobreza de espírito e amor, Eva Ibbotson cria em O cachorro e seu menino uma alegoria poderosa sobre inversão de valores e o que de fato realmente importa em nossa jornada: ter alguém em quem confiar, dar e receber carinho; alguém para brincar, rir e chorar, dividir a vida. Bem-humorada e cativante, a história de Hal e Pintado é puro coração, cumplicidade e afeto.
O enigma do pássaro de fogo é o primeiro livro da serie Decifradores, da britânica H. L. Dennis, que começa as aventuras de Brodie Bray e seus amigos com o pé direito, mostrando domínio e ritmo da narrativa dignos dos grandes mestres. No livro, ela apresenta aos leitores um grupo de aventureiros prontos para enfrentar os maiores desafios de suas vidas e desvendar mistérios que assombram seu passado.
Apaixonada por códigos, Brodie começa a descobrir um pouco mais sobre o passado de sua mãe, ao mesmo tempo que tem que se acostumar com a vida na escola de códigos em Bletchley Park. E junto com dois outros jovens, Hunter e Tusia, fica sabendo que agora faz parte do Grupo Veritas, preparado para decifrar os mais difíceis códigos que já foram criados, em especial o Manuscrito Voynich, um quebra-cabeça real que desafia decifradores há séculos.
O enigma do pássaro de fogo é um livro indispensável para todos os fãs de aventuras e mistérios. Repleto de ação e enigmas, o romance é uma estreia perfeita para uma série que veio para ficar. Uma obra para aqueles que gostam de ter a lógica desafiada tanto quanto a imaginação, e que abre o apetite para as próximas aventuras de Brodie e do Grupo Veritas.
Disputas, tragédias, lutas, batalhas, destruição, medo, caos e morte. Muitas mortes. Esse é o cenário de Feitiço, o quarto livro da série Wicked, que a Rocco publica pelo selo Jovens Leitores. Dando continuidade à jornada iniciada com Bruxaria,Maldição e Legado, a luta contra o mal é árdua e vai exigir muito das forças do bem. Tanto que na Confraria Tripla, em Seattle, Amanda Anderson se apega às últimas esperanças e só pode contar mesmo com a proteção da Deusa.
O desespero de ver amigos partindo de forma tão trágica aliado à sensação de impotência e exaustão no combate às forças da Suprema Confraria, liderada por sir William, quase fazem Amanda entregar os pontos e se render. Praticamente todas as pessoas que ela amava estavam mortas ou desaparecidas.
Nos textos, Affonso Romano de Sant’Anna fala do lugar do poeta, do teórico, do cronista, do jovem escritor, do professor que é e foi. A posição de leitor e autor é simbiótica e torna as crônicas ainda mais prazerosas de serem lidas.
Michael Deveraux, pai de Jer e Eli, e líder da Confraria que carrega o sobrenome da família, tem a sua disposição pedras premonitórias capazes de executar ordens e uma magia extremamente poderosa capaz de aniquilar a Confraria Cathers. Ele, na verdade, já se sente vitorioso por ter a mais jovem descendente da linhagem, Holly Cathers, em seu poder, totalmente dominada por demônios e fora de si na maior parte do tempo. Agora sua única obsessão é transformá-la em serva e acabar com as irmãs Amanda e Nicole Anderson.
Enquanto isso, Luna, a Sacerdotisa-Mor da Confraria Mãe, recebe um aviso da Deusa. A missão: encontrar um Cahors para restaurar a sanidade de Holly na Cidade dos Demônios. É aí que surge Alex Carruthers, um jovem bruxo poderoso, que vai influenciar os rumos da Confraria e, principalmente, o destino de Holly. A jovem bruxa é resgatada e recupera-se aos poucos. Mas sua relação com Jer permanece abalada.
A batalha final acontece numa noite de Lua dos Ventos. Jer, Richard, Alex, Tommy e Philippe, Pablo, Armand e Holly juntam forças para lutar pela sobrevivência. Mas o breve período de calmaria não é suficiente, e logo o grupo é surpreendido por novas rupturas, que servem de gancho para o quinto e último livro da série.
FLÁVIA E O BOLO DE CHOCOLATE
Uma mulher que não conseguia ter filhos decide procurar uma criança que não tenha mãe e que a queira. Realiza seu sonho ao encontrar a pequena Flávia. Por muitos anos, a menina cresce feliz, ao lado de Rita. Até o dia em que percebe a diferença entre a cor de sua pele e a da mãe. É quando entra em crise e começa a questionar as diferenças.
Palavras cruzadas oferece uma narrativa lúcida, histórica, baseada em documentos sobre a Guerrilha do Araguaia e também sensível, literária. Fascina a descrição do desafio da sobrevivência na floresta amazônica em condições limite, sem poder fazer fogo para cozinhar alimentos. É angustiante, mas também impossível não continuar seguindo, como Sofia, os relatos dos guerrilheiros e as próprias divagações da personagem, pois a vida parece ter parado após a morte do irmão, mas nunca para. Sofia e Guiomar alcançam o que suas memórias buscam. E o leitor tem mais um Brasil para desbravar: o da guerrilha rural, tema pouco abordado na literatura brasileira.
Com humor e delicadeza, a descoberta dos preconceitos é mostrada para o público infantil em Flávia e o bolo de chocolate, o mais recente livro da jornalista Míriam Leitão, que ganhou edição cuidadosa, em capa dura, pelo selo Rocco Pequenos Leitores. A autora fala de adoção sem utilizar a palavra “adoção” no livro, pelo simples motivo de que filho é filho, sem distinção. E, ao tratar das diferenças de cor entre as pessoas, faz o elogio da diversidade humana brasileira.
Com uma estratégia criativa, a mãe vai desmontar o desconforto da filha com o fato de serem diferentes uma da outra. As duas farão um passeio pela sociedade brasileira, que tem vários tons de pele, para que a mãe mostre à filha que não há uma pessoa melhor que a outra.
As sensíveis e belas ilustrações de Bruna Assis Brasil pontuam a narrativa, que, com vocabulário simples, para o alcance dos pequenos leitores, enfatiza o carinho e a ternura entre pessoas que podem ter traços diferentes, mas que se encontram no desejo de formar uma família. Um belo conto sobre adaptação e diversidade que inspira o fortalecimento da compreensão e da valorização do ser humano.
A encantadora ilha grega de Erikousa é o cenário de Um romance grego. Era no lugarejo que Daphne costumava passar todas as férias na infância e na adolescência. Agora, adulta, viúva e prestes a se casar novamente, a renomada chef retorna à ilha. Ela reencontra Yia-yia, a avó com quem dividiu os melhores verões de sua vida. Acompanhada da filha Evie e da prima Popi, que mora na ilha vizinha, Daphne aos poucos deixa para trás a atribulada rotina de Nova York e entrega-se à vida tranquila de Erikousa e às velhas histórias de família.
Daphne nasceu e cresceu nos Estados Unidos, para onde os pais mudaram-se para tentar uma vida melhor. Mesmo morando na América, eram gregos os hábitos e costumes mantidos tanto em casa quanto na lanchonete dos pais. Quando se envolveu com o americano Alex, Daphne sentiu como se os pais tivessem reunido toda a ira dos deuses da terra de seus ancestrais. Apesar das ameaças, ela não abriu mão do relacionamento e ganhou os pais pelo cansaço – e pela dedicação de Alex, que aprendeu o idioma e tudo que conseguiu sobre a cultura grega.
Holiday argumenta que os obstáculos não inibem o sucesso, eles pavimentam o caminho para o sucesso. E nós devemos ver através do negativo e passar para o seu outro lado, o positivo. O autor afirma que nomes nem sempre excepcionalmente brilhantes, sortudos ou dotados atingiram o sucesso, seguindo os princípios de um antigo imperador romano, que isso é possível para qualquer pessoa. O obstáculo é o caminho revela pela primeira vez esta fórmula. E nos mostra como transformar as adversidades em vantagens. E alcançar o sucesso.
Isto tudo, porém, fazia parte do passado. Tanto os pais quanto Alex estavam mortos. Daphne estava em Erikousa para se casar novamente, desta vez com Stephen. Ele havia insistido para que o casamento fosse realizado em Nova York, com tudo que tinham direito, mas Daphne quis que a avó estivesse presente e isso só seria possível se o casamento fosse realizado na ilha. Como se tivesse se livrado da vida sonâmbula que leva em Nova York, Daphne volta a sentir graça nas coisas simples da vida, como os almoços preparados pela avó e servidos sob a oliveira no pátio de casa.
A leveza da rotina de férias só é interrompida quando a protagonista encontra o novo morador de Erikousa, Yianni, um pescador quarentão, cheio de mistérios e que demonstra ter sua avó como melhor amiga e conselheira. Em segundos ele consegue deixar Daphne furiosa com seus comentários. Ela não consegue entender por que a avó gosta tanto de um sujeito tão grosseiro. Ironicamente, é justamente Yianni que vai revelar a Daphne o único segredo que a avó nunca lhe contou.
Um romance grego conduz os leitores por diversas histórias simultaneamente, mesclando as lembranças dos verões passados por Daphne na Grécia, a vida da protagonista na América, a volta à ilha para o casamento e as memórias deYia-yia da época da Segunda Guerra Mundial.
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A extraordinária garota chamada Estrela A garota chamada Estrela. Ela é tão mágica quanto o céu do deserto. É tão estranha quanto seu rato de estimação. É tão misteriosa quanto seu próprio nome. Com um simples sorriso, ela cativa totalmente...