Livros sobre a Segunda Guerra Mundial
Redação

Livros sobre a Segunda Guerra Mundial



70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa


No dia 8 de maio, completam-se setenta anos do fim da Segunda Guerra Mundial no front europeu. Para marcar esta data, selecionamos algumas das principais obras sobre o tema. São livros de ficção e não-ficção que relatam desde os motivos que levaram ao início deste trágico conflito até seus desdobramentos e consequências, que afetam o cenário político mundial até os dias de hoje.

Confira alguns dos títulos:


A BIBLIOTECA ESQUECIDA DE HITLER 
Os livros que moldaram a vida do Führer



Sabe-se que as três bibliotecas particulares de Adolf Hitler, localizadas em Berlim, Munique e no refúgio de Obersalzberg, nos Alpes bávaros, chegaram a abrigar mais de 16 mil volumes. O mais enigmático dos genocidas do século XX possuía coleções completas de Shakespeare, Goethe, Schiller, Kant e Fichte, encadernadas com ostensivo luxo e assinaladas com o característico ex-libris nacional-socialista. Livros sobre ocultismo e misticismo racial também despertavam a atenção do leitor assíduo, porém caótico, que se vangloriava de ler ao menos um livro por dia. 
Timothy W. Ryback, autor de The last survivor: legacies of Dachau, premiado em 2003 com o Hans Rosenberg Book Prize, dá merecido destaque aos livros que influenciaram a escrita de Mein Kampf na célebre prisão de Landsberg, depois do putsch frustrado de 1923, mas não deixa de mencionar curiosos volumes presenteados por admiradores e bajuladores, trechos assinalados por Hitler nas margens dos livros ou detalhes como a presença física do ditador num fio de cabelo encontrado em meio às páginas envelhecidas. Durante oito anos de incansável pesquisa em coleções públicas e particulares nos Estados Unidos e na Europa, Ryback rastreou desde os livros lidos pelo obscuro cabo-mensageiro Hitler, nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, até as consoladoras leituras dos dias finais no bunker de Berlim, em 1945. O trabalho do historiador e diplomata norte-americano foi altamente elogiado por Ian Kershaw, o maior especialista em Adolf Hitler da atualidade.


DORMINDO COM O INIMIGO
A guerra secreta de Coco Chanel



Criadora radical, Gabrielle “Coco” Chanel trouxe as linhas retas e o preto e branco, além do conceito de conforto - até o início do século XX, monopólio da indumentária masculina -, para a costura feminina, e com isso aposentou de vez o espartilho e definiu uma nova silhueta para a mulher moderna. Mas sua história não se restringe à criação de produtos tão célebres quanto lendários, como a mítica fragrância Nº 5 e o “pretinho básico”. Neste livro, vem a público o envolvimento de Coco com a alta inteligência nazista durante a ocupação alemã em Paris, entre 1941 e 1944.
Pouco conhecida do público e apenas insinuada por alguns de seus biógrafos, essa faceta da vida de Chanel é o tema central desta biografia, apoiada em extensa pesquisa documental e raro material fotográfico. Seguindo a pista do caso público de Chanel com Hans Günther von Dincklage, tido por antigos jornalistas e pesquisadores como nada além de um diplomata playboy, mas na verdade um agente da Gestapo, o jornalista Hal Vaughan revela as motivações que fizeram da maior estilista francesa de todos os tempos uma colaboradora oficial da Alemanha hitlerista. 
Vaughan descreve a infância humilde de Coco em um abrigo para crianças pobres nos últimos anos do século XIX, passa à reconstituição do fenomenal crescimento da maison nos anos 1920, quando a Chanel já empregava mais de 2 mil costureiras e contava com a fidelidade de clientes célebres, e finalmente centra fogo no período em que Coco se afastou da vida pública e viveu em uma suíte do hotel Ritz com Dincklage, conhecido como Spatz (“pardal”, em alemão). Ilumina, enfim, os anos que vão do começo da Segunda Guerra até por volta de 1954, que até então seguiam envoltos em mistério. 
Amiga de figuras-chave do período, como Winston Churchill, Eduardo, príncipe de Gales, o duque de Westminster e o grão-duque Dimitri Romanov, a estilista estava em posição privilegiada para cumprir com desenvoltura a missão dada a ela pela inteligência alemã: articular uma secretíssima trégua junto aos ingleses. 
Jornalista experiente em política europeia, Hal Vaughan pesquisou por anos arquivos ingleses, franceses e alemães, além de coleções privadas e inúmeras entrevistas, para iluminar o “período negro” de Coco. Com elementos de thriller de espionagem e compondo um pano de fundo arrepiante da Paris ocupada, o livro traça, com imparcialidade e grande fôlego narrativo, um novo perfil dessa grande mulher que revolucionou seu próprio tempo e é por muitos considerada um dos grandes gênios do século passado.


FUMAÇA HUMANA
O início da Segunda Guerra, o fim da civilização



Numa prosa extremamente original - encadeada a partir de pequenos blocos narrativos independentes centrados na citação de documentos -, Nicholson Baker revisa mitos e desconstrói verdades elaboradas pela ideologia dos vencedores. Sem jamais relativizar a barbárie nazista - e também o lado patético de lideranças do Terceiro Reich - Baker recupera verdades dolorosas, como o disseminado antissemitismo na Europa e nos Estados Unidos do entreguerras e a tergiversação da Inglaterra e da França, que num primeiro momento preferiram enxergar a Alemanha como o fiel da balança contra o avanço soviético no continente - culminando no desastroso Tratado de Munique, que concedeu os Sudetos à Alemanha nazista e deu vazão aos delírios imperiais de Hitler.
Na parte talvez mais surpreendente do livro, Baker procura também entender como o povo alemão aceitou placidamente um governo insano. Ao contrário da suposta adesão em massa ao nazismo, sobrepõem-se citações mostrando que grande parcela da população alemã não acreditava realmente na radicalização do regime (incluindo judeus de destaque, como banqueiros, grandes empresários e até Albert Einstein), e caiu nas trevas antes por embotamento do que por identidade de opiniões, ou mesmo submissão forçada. 
"Um livro extraordinário - impossível de largar, impossível de esquecer." - Simon Winchester, autor de O professor e o louco.


HIROSHIMA 
A bomba atômica matou 100 mil pessoas na cidade japonesa de Hiroshima, em agosto de 1945. Naquele dia, depois de um clarão silencioso, uma torre de poeira e fragmentos de fissão se ergueu no céu de Hiroshima, deixando cair gotas imensas - do tamanho de bolas de gude - da pavorosa mistura.Um ano depois, a reportagem de John Hersey reconstituía o dia da explosão a partir do depoimento de seis sobreviventes. O texto tomava a edição inteira da revista The New Yorker, uma das mais importantes publicações semanais dos Estados Unidos. O trabalho do repórter alcançou uma repercussão extraordinária. Sua investigação aliava o rigor da informação jornalística à qualidade de um texto literário. Nascia ali um gênero de jornalismo que estabelecia novos parâmetros para a maneira de relatar os fatos. A narrativa de Hersey dava rosto à catástrofe da bomba: o horror tinha nome, idade e sexo. Ao optar por um texto simples, sem enfatizar emoções, o autor deixou fluir o relato oral de quem realmente viveu a história.Quarenta anos mais tarde, Hersey voltou a Hiroshima e escreveu o último capítulo da história dos hibakushas - as pessoas atingidas pelos efeitos da bomba. Hiroshima permitiu que o mundo avaliasse o inacreditável poder destrutivo das armas nucleares e a terrível implicação do seu uso.

HITLER

Quando foram publicados, em 1998 e 2000, os dois volumes da monumental biografia de Hitler escrita por Ian Kershaw foram imediatamente saudados em todo o mundo como obras fundamentais sobre a figura mais sinistra da história do século XX. A presente tradução foi realizada a partir da versão condensada elaborada pelo autor, que eliminou cerca de quatrocentas páginas de notas e referências - destinadas sobretudo ao público acadêmico -, sem no entanto prejudicar a força da narrativa e o poder de seu argumento. 
Kershaw escreve baseado na farta documentação já conhecida e em novas fontes, como o surpreendente diário de Goebbels, redescoberto no início da década de 1990, que traz revelações mais íntimas sobre as atitudes, as hesitações e o comportamento de Hitler no poder. A trajetória inteira desse indivíduo que parecia destinado ao fracasso e que acabou na direção de um dos países mais desenvolvidos, cultos e complexos da Europa é esmiuçada pelo autor, em busca de uma explicação para essa incrível trajetória ascendente, para o domínio que Hitler exerceu sobre as elites alemãs e para a catástrofe que causou em seu país e no resto do mundo. 
Sem desprezar os traços de personalidade do ditador na explicação da história, o autor enfatiza os aspectos sociais, políticos e econômicos da sociedade alemã traumatizada pela derrota na Primeira Guerra, a instabilidade política, a miséria econômica e a crise cultural. E, em vários momentos, Kershaw permite-se fazer exercícios contrafactuais, perguntando-se como tudo poderia ter sido diferente se, por exemplo, a elite conservadora alemã tivesse se comportado de outra maneira, ou se as potências ocidentais não tivessem hesitado tanto, ou mesmo se Hitler simplesmente não tivesse tido tanta sorte (sua sobrevivência a vários atentados, por exemplo, se deveu muitas vezes ao acaso). 
De um lado, o autor evita as simplificações de alguns críticos do nazismo, mas por outro contesta, utilizando para isso um exame detalhadíssimo de documentos e eventos, as teorias revisionistas que tentam “absolver” Hitler do Holocausto. Ele mostra que, de fato, não existe uma ordem escrita por Hitler para a execução da “solução final para a questão judaica”, mas isso não o isenta da responsabilidade pelo extermínio de milhões de judeus, pois, além de estimular verbalmente essa “aniquilação” (palavra que usava com prodigalidade), ele estava perfeitamente a par do que se passava nos campos de concentração (“Não faço nada que o Führer não saiba”, disse o carrasco-mor Himmler). 
Em suma, trata-se da biografia mais completa e abrangente do homem que levou o racismo, o desprezo pela vida humana, a insensatez política e o desvario militar a extremos tais que o romancista Norman Mailer chegou a ver nele a pura encarnação do demônio. 




EVA BRAUN - A vida com Hitler



A historiografia sempre ressaltou a insignificância de Eva Braun, sua posição à margem das decisões que levaram aos piores crimes do século XX. No máximo, ela teria participado de um idílio privado que possibilitou a Hitler perpetrar o horror com mais consequência. Ela não passaria, enfim, de um “adorno”, uma fútil pequeno-burguesa deslumbrada pelo poder.
A indiferença por Braun, defende Heike B. Görtemaker, é reflexo tanto do mito do Führer inculcado pela propaganda nazista - o líder abnegado a quem cabia exclusivamente a execução de uma grande missão salvífica - quanto da posterior imagem do Monstro, identificado com terror, destruição e genocídio, o que teria desestimulado a investigação do ditador alemão - e, por tabela, de sua parceira amorosa - como uma pessoa.
Tentando mudar esse estado de coisas - e, por meio da vida íntima, ajudar na compreensão histórica do Terceiro Reich - Görtemaker escreveu, com acesso a amplo repertório de fontes, a primeira biografia acadêmica da namorada do Führer. Mundana, amante dos esportes, do cinema, da música e da dança - tão diferente do ideal de mulher nacional-socialista -, é difícil imaginar Eva Braun como par do ditador, e sobretudo como a seguidora fiel que o acompanhou até a morte no bunker. Para lançar luz sobre essa relação peculiar, Görtemaker estuda também a bizarra corte de Hitler, da qual Eva era a clara soberana, e nos conduz a esse mundo assustador em que a normalidade cotidiana convivia com um ideário genocida.


MAUS - A história de um sobrevivente



Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura.
A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas - história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume.
Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.
Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.


O MENINO DO PIJAMA LISTRADO



Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.


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