Redação
Modernismo (2ª fase)
A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, prenuncia uma década de tristezas, o que se confirma com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, quando Hitler invade a Polônia, em setembro de 1939. No Brasil, a situação era ruim: Vargas, levado ao poder pela "Revolução" de 30, inicia um governo "provisório" que, aos poucos, vai se tornando definitivo. Os paulistas, inconformados com a perda de poder político, desencadeiam, em 1932, a Revolução Constitucionalista. Os integralistas, seguidores de Plínio Salgado, manifestam sua simpatia pelo fascismo de Mussolini.
Com a proclamação de uma nova Constituição em 1934, Getúlio é legitimado no poder. Em novembro de 1937, há o fechamento do Congresso Nacional e a decretação do Estado Novo. Vargas assume poderes ditatoriais e passa a exercer suas funções de modo autoritário e centralizador. A censura é exercida pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e muitos escritores são perseguidos e presos, acusados de subversão.
No cenário mundial, a guerra acirra-se com o bombardeio japonês em Pearl Harbor (1941) e termina tragicamente em 1945, com a rendição alemã que expõe ao mundo as atrocidades cometidas pelo governo nazista contra milhões de judeus. Além disso, deve-se destacar os ataques atômicos dos EUA contra o Japão.
A Europa, recém-saída da Segunda Guerra, procurava o caminho de reconstrução em meio aos destroços humanos e políticos. No Brasil, a ditadura de Vargas não tinha mais como se manter e o presidente acabou destituído por aqueles que o haviam ajudado a chegar ao poder: os militares. Em 1946, Eurico Gaspar Dutra assume a presidência do país.
Em 1951, Getúlio Vargas volta ao poder, eleito pelo povo. Sua administração, contudo, contraria as elites e o presidente acaba acuado, com pessoas muito próximas sendo acusadas de corrupção. Os militares voltam a pressionar Getúlio para que se afaste do governo. Em 24 de agosto de 1954 ele se suicida.
No ano seguinte chega ao poder JK. Disposto a levar o Brasil à modernidade, ele promete realizações equivalentes a 50 anos de governo nos cinco anos que teria para administrar o país.
Durante o governo JK, o Brasil apresenta crescimento industrial acelerado e um crescimento urbano proporcional. Grandes massas deslocam-se do campo para a cidade à procura de uma vida melhor, dando origem a um problema que até hoje atinge os principais centros do país. A industrialização ocorreu conforme prometido, mas trouxe custos econômicos pesados. Realizou-se o sonho de construir a capital do Brasil no planalto central, o que nos deixou como legado a inflação e a dívida social.
O campo cultural refletia o momento de progresso que a sociedade sentia estar vivendo. Nessa época, vários artistas tornaram-se conhecidos, como, por exemplo: Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, Fernanda Montenegro, Sérgio Cardoso, Emilinha, Cauby Peixoto, Marlene, Ângela Maria, etc.
Romance Regionalista
A publicação de "A bagaceira" , de José Américo de Almeida, em 1928, inaugura uma importante tendência na Literatura Brasileira: a produção de romances que tematizam o aprisionamento do indivíduo pelo espaço em que se encontra.
Principais artistas e obras:
- Graciliano Ramos: Vidas secas, Memórias do cárcere, São Bernardo.
- Rachel de Queiroz: O quinze, João Miguel, Caminho de pedras, As três marias, Memorial de Maria Moura.
- José Lins do Rego: Menino de engenho.
- Jorge Amado: Cacau, Suor, Capitães de areia, Gabriela, cravo e canela.
- Érico Veríssimo: Fantoches, Clarissa, Caminhos cruzados, Um lugar ao sol, Olhai os lírios do campo, O resto é silêncio, O tempo e o vento, O prisioneiro, Incidente em Antares.
Rachel de Queiroz
A poesia de 30
Os poetas de 30, interessados fundamentalmente no sentido da existência humana, no confronto do homem com a realidade, enfim, no "estar-no-mundo", seguiram caminhos diferentes, que vão da reflexão filosófico-existencialista ao espiritualismo, da preocupação social e política ao regionalismo, da metalinguagem ao sensualismo.
Principais artistas e obras:
- Carlos Drummond de Andrade: Sentimento do Mundo, Poesias, A rosa do povo, Poesia até agora.
- Murilo Mendes: Bumba-meu-poeta, História do Brasil.
- Jorge de Lima: O mundo do menino impossível, Poemas, Poemas negros, O anjo, Calunga, Livro de sonetos, Invenção de Orfeu.
- Cecília Meireles: Viagem, Vaga música, Mar absoluto e outros poemas, Crônicas em geral.
- Vinícius de Morais: Operário em construção, Para viver um grande amor, Para uma menina com uma flor, Orfeu da Conceição.
Geração de 45
Durante o período de 1930-45, tanto a literatura quanto as artes plásticas no Brasil foram essencialmente ideológicas, voltadas para a discussão dos problemas brasileiros.
Principais artistas e obras:
- Clarice Lispector: Perto do coração selvagem, O lustre, Cidade sitiada, Alguns contos, Água viva, Laços de família, Felicidade clandestina.
- Guimarães Rosa: Sagarana, Corpo de baile, Grande sertão: veredas, Primeiras estórias, Tutaméia.
- João Cabral de Melo Neto: Pedra do sono, O engenheiro, Morte e vida severina.
Fontes: Português: Linguagens - William Cereja & Thereza Cochar + Português: Língua, Literatura e Produção de Texto: Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara & Tatiana Fadel.
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