Redação
REALIDADE X FICÇÃO
|
Será imaginação ou será realidade? |
Há uma discussão antiga entre as narrativas ficcionais e as históricas/documentais para saberem qual a que transmite a “verdade” e qual a que cria em cima da “mentira”.
Ora, a depender do tipo de texto – a que ele se propõe, qual o objetivo e função – as duas narrativas podem se valer da ficção e da realidade.
Quem garante que os fatos históricos ao longo da civilização humana não foram deturpados ou adulterados ou encobertos, ou melhor, ficcionalizados? E quem garante que um livro romanceado não pode ter elementos da vida real como fagulha, estopim, para o seu início?
O debate é caloroso e interessante.
Aqueles que escrevem dissertações, (auto) biografias, textos jornalísticos ou científicos, por exemplo, vão se fiar em argumentos válidos, plausíveis, fatos, dados verificáveis, etc. O que estaria bem mais próximo do “real” ou da “verdade”, se não for dissimulação ou hipótese.
Já os que enveredam pelos caminhos das fábulas, mitos, lendas, contos, novelas, scripts, filmes, entre tantos outros gêneros, podem partir de criações meramente imagéticas, embora possam ter tido o estalo de situações reais vividas.
Ficar procurando quem foi a verdadeira Gabriela, Tieta ou Dona Flor (só para citar as personagens de Jorge Amado, em comemoração ao seu centenário) é mera burrice de país que não lê. Tais personagens podem ter partido de algumas pessoas que existiram? Pode, é claro. Porém, as personagens não são as pessoas reais: são acrescidas de jeitos, situações e contextos puramente da imaginação do autor. Gabriela, cravo e canela, só há uma: a do romance de Jorge! Assim como todas as outras. Ponto final.
Já um personagem real, como Lampião, uma parte da história o tem como bandido, estuprador, bandoleiro, vadio, sanguinário, e a outra o tem como herói, socialista, revolucionário. Com quem estará a “verdade”? Pergunte-se aos fazendeiros e à polícia da época. Com quem estará a “mentira”? Pergunte-se ao povo nordestino sofrido que ele ajudou.
Real ou ficção? É um mero detalhe, que vai depender para o que sirva: para uns, desvios; para outros, finalidades.
loading...
-
Saiu No Ny Times...
Literatura melhora traquejo socialLiteratura melhora percepção dos sentimentos alheiosPor PAM BELLUCK Digamos que você esteja se aprontando para um encontro romântico às cegas ou para uma entrevista de emprego. O que você deve fazer para se...
-
Memorial Do Convento
PELOS ESCANINHOS DE MEMORIAL DO CONVENTO: REALIDADE & FICÇÃO[1] Itana Leão, Aquilino Júnior, Carmem Cristina, Gustavo Haun[2] RESUMO Em Memorial do Convento, o escritor português José Saramago realiza uma construção de uma narrativa baseada...
-
Proposta De Um Modelo De AnÁlise Narrativa
Esta proposta é apenas um ponto de partida e uma sugestão das lições de teoria literária de René Wellek e Austin Warren 1. Análise do enredo a) reconstituição da história – o que conta o texto?b) apresentação,...
-
Mario Prata Entrevista Uns Brasileiros
Mario Prata ressuscita personagens célebres da história do Brasil e usa toda a sua irreverência para arrancar confissões íntimas de figuras como Aleijadinho, Tiradentes e Xica da Silva Ao ler as entrevistas do livro, o leitor se pergunta: afinal,...
-
Entrevista Com Tico Santa Cruz
Confira a entrevista realizada pela Belas-Letras com Tico Santa Cruz, onde ele fala sobre Pólvora, seu próximo livro: Belas-Letras: O que Pólvora tem de relação com o Brasil atual? Tico: Pólvora é uma ironia e uma crítica a várias questões...
Redação