Em nossa jornada para desbravar os caminhos de Clockwork Angels: os Anjos do Tempo, próximo lançamento da Belas-Letras, conversamos nesta semana com Vagner Cruz, o idealizador do Rush Fã-Clube Brasil. O site nasceu em 2005 e se tornou a maior referência para os fãs do Rush pelo país, com notícias e diversos materiais em português sobre toda a obra da banda.
Belas-Letras: Para um fã do Rush, qual é a sensação de ter a história de um dos discos mais queridos “expandida” e transformada em livro?
Vagner: Certamente a sensação é de realização, pois acredito que seja algo que muitos fãs já imaginaram pelo menos uma vez ao ouvir os discos da banda. As canções do Rush são sempre muito visuais, imaginativas e provocativas, e esse atributo é algo que eles perseguem com afinco como sua própria excelência musical. A junção entre música e letra no Rush sempre convidou o ouvinte a um verdadeiro mergulho nas situações e cenários propostos, e eles conseguem trabalhar incrivelmente com isso. Portanto, entendo que várias das obras do Rush são realmente muito férteis para que se tornem livros.
Belas-Letras: O que o disco Clockwork Angels significa para os fãs da banda? De todos os discos da banda, este é um dos que mais se destaca?
Vagner: O disco é fantástico, acredito que ele traga, musicalmente, um amálgama de muito do que já produziram, funcionando como uma celebração de elementos marcantes que os consagraram ao longo da carreira. Porém, o que é mais interessante é que a banda, mesmo visitando o passado, consegue trazer seu olhar sempre à frente, moderno. Por mais que tenham realizado álbuns eternizados por composições individuais, como “2112” e “Hemispheres”, e outros com assuntos gerais que interligam as canções, como em Power Windows (1985), que tratava sobre as várias faces do poder e em Grace Under Pressure (1984), que abordava algumas das várias formas de pressão, Clockwork Angelstraz uma história completa, com cenas e movimentos subsequentes, vários personagens e um universo constituinte simplesmente incrível. É, sem dúvidas, um Rush novamente revigorado. Mas eu sou suspeito a falar. Adoro todos os discos, pois cada um traz particularidades e refletem momentos específicos de uma carreira grandiosa. Mas, certamente, Clockwork Angels já tem um grande destaque na discografia da banda, principalmente no que se refere à sua proposta e concepção, que retomam as investidas clássicas fantásticas que marcaram os primeiros anos deles, e também por ser o trabalho mais recente, que mostra que os jovens senhores sexagenários ainda trazem grande capacidade criativa.
Belas-Letras: Ao escutar o disco, é possível relacioná-lo a uma história, visto a riqueza de todos os elementos contidos das letras?
Vagner: Com certeza. Particularmente, sempre achei uma oportunidade riquíssima a de investigar mais a fundo as canções da banda, pois elas são sempre fontes de grande aprendizado. E com Clockwork Angels não é diferente. É possível desenhar, através das canções, todos os cenários, movimentos, acontecimentos e os desdobramentos das ações. As composições ajudam muito a imaginar todo universo steampunk no qual o disco foi construído, além de trazerem de forma intrínseca os grandes ensinamentos de sempre, com suas várias metáforas e símbolos.
Belas-Letras: Qual é a sua música favorita no disco e por quê?
Vagner: Há várias excelentes, como “Caravan”, “The Anarchist” e “Headlong Flight”, estas que oferecem muitos dos elementos inesquecíveis do Rush clássico. Mas “Clockwork Angels”, a canção-título, é especialíssima pra mim. Ela traz uma composição musical de maior extensão extremamente refinada e visual, e com várias passagens lindas que expressam toda a grandiosidade e atmosfera do disco. Acho fantástica a maneira como apresenta o cenário e seus vários símbolos, uma projeção absolutamente incrível do esplêndido universo idealizado por Peart.
Belas-Letras: O que você espera do livro Clockwork Angels: os Anjos do Tempo?
Vagner: Como fã do Rush, fico extremamente feliz que os materiais da banda estejam se aproximando cada vez mais do Brasil. Entendo a obra deles como universal, pois, além de inspirar muitas pessoas a se desenvolverem cada vez mais como músicos, as letras do Neil conseguem capturar de forma incrível assuntos intimamente ligados ao ser humano essencial e geral, e não somente às suas infinitas particularidades. Além disso, temos uma quantidade enorme de fãs da banda no país, e sabemos o quanto estes foram e são importantes na carreira deles (é bom lembrar que, após o hiato ocorrido devido aos acontecimentos trágicos com a família do Neil, os primeiros shows da banda no Brasil em 2002 angariaram os maiores públicos de toda a carreira deles, e eles jamais se esquecem disso). Enfim, os fãs do Rush são sempre muito fiéis e esse lançamento da Belas-Letras será, certamente, mais um grande sucesso por aqui.
A REGRA É NUNCA PARAR
Rush tem planos de nova tour para 2015
Passaram-se apenas sete meses desde a última turnê mundial, Clockwork Angels, mas isso não é um impeditivo para não cair na estrada novamente. Para 2015, o Rush prepara um retorno aos palcos com o objetivo de comemorar os 41 anos da banda. Apelidada de 41st Anniversary Tour, a reunião "seria uma boa oportunidade para trazer alguns materiais raros do Rush", segundo o guitarrista Alex Lifeson.
O provável retorno do power-trio canadense aos palcos foi noticiado pelo site da revista Rolling Stone, que ainda revelou que a turnê teria início programado para meados de março do próximo ano. Os detalhes da nova tour ainda estão em andamento. No entanto, Lifeson adianta: "Queremos tentar trazer um material diferente desta vez".
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