Lançamentos Rocco [Abril 2016]
Redação

Lançamentos Rocco [Abril 2016]


VOCAÇÃO PARA O MAL


“Outro triunfo de Robert Galbraith. A trama assustadora é equilibrada por protagonistas de luz própria.” – People
Quando um misterioso pacote é entregue a Robin Ellacott, ela fica horrorizada ao descobrir que contém a perna decepada de uma mulher. Seu chefe, o detetive particular Cormoran Strike, fica menos surpreso, mas não menos alarmado. Há quatro pessoas de seu passado que ele acredita que poderiam ser responsáveis por tal crime – e Strike sabe que qualquer uma delas seria capaz de tamanha brutalidade. Mas quando a polícia foca no suspeito que Strike tem cada vez mais certeza de que não é o criminoso, ele e Robin precisam correr contra o tempo para descobrir a verdade.
Terceiro livro da aclamada série escrita por Robert Galbraith, pseudônimo de J. K. Rowling, e protagonizada pelo detetive particular Cormoran Strike e por sua assistente Robin Ellacott, Vocação para o mal é um suspense diabolicamente inteligente, com reviravoltas inesperadas a cada página, e também a emocionante história de um homem e de uma mulher numa encruzilhada em suas vidas pessoais e profissionais. O livro estreou em segundo lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times e alcançou os principais rankings nos Estados Unidos e na Inglaterra. A série protagonizada por Cormoran Strike ganhará adaptação para a BBC One, com produção da Brontë Film and Television.


Com o título e os nomes dos capítulos retirados de músicas da banda Blue Öyster Cult, cujas letras são baseadas na literatura de horror e tratam de temas como maldições e ocultismo, Vocação para o mal tem um clima sombrio, que mistura pedofilia, assassinatos em série e Transtorno de Identidade da Integridade Corporal (TIIC), distúrbio psicológico raro que faz uma pessoa querer amputar seus membros saudáveis. Será que a dupla de investigadores consegue identificar seu perseguidor e sair ilesa? 


OUT OF ORANGE


Orange is the new black nos apresentou a Alex Vouse. Conheça a verdadeira mulher que inspirou a personagem
Cleary Wolters estava prestes a desligar a televisão quando se deparou com seu próprio passado: prisão, drogas, homossexualidade. E não era apenas um programa com o qual ela pudesse se identificar, mas literalmente a história de sua vida. Tratava-se de um anúncio da então nova série Orange is the new black, baseada nas memórias de sua ex-amante Piper Kerman. Com o sobrenome de Piper trocado para Chapman e Cleary transformada em Alex Vouse, o sucesso foi imediato – a cada episódio, no entanto, a trama se distanciava mais e mais dos fatos. Mas Out of orange vai muito além de mostrar a “versão da amante lésbica”: com força e precisão narrativa, a verdadeira mulher por trás dos óculos de aros grossos tece lembranças e ideias sobre transgressões, punições, escolhas, erros e relações humanas.
O relato tem início na França, em 1993, entre cápsulas de heroína, paletós recheados de drogas e envelopes repletos de dólares. Junto a detalhes impressionantes e muitas vezes tragicômicos sobre os bastidores do tráfico internacional, surge uma moça de olhos azuis e cabelo loiro avermelhado. Na volta de Cleary a Northampton, Massachusetts, a bela e doce Piper foi primeiro uma excelente babá de felinos, comprometendo-se a cuidar de suas gatas durante as aventuras ilícitas à Europa, mas logo se transformou em parceira no crime e na cama. Tudo, porém, foi tão intenso quanto rápido. As duas se reencontraram dois anos e meio depois, na cadeia – mas, ao contrário do que mostra Orange is the new black, nunca fizeram sexo atrás das grades. E essa não é a única diferença entre realidade e ficção.
“Todo o enredo secundário sobre se eu era a traidora que tinha entregado Piper realmente me irritou. Pintaram um grande alvo em minhas costas para atrair qualquer ex-criminoso psicótico com rancor de traidores e os recursos para procurar a pessoa em quem a personalidade de Alex foi baseada... O clichê ‘delator versus delatado’ não se encaixava em nosso caso. Não era sequer próximo do que tinha acontecido na vida real”, escreve a autora.
Detalhar a relação com Piper, de qualquer forma, não é a motivação central da obra de Cleary Wolters. Ela contrapõe o ilusório glamour do mundo do crime e a dolorosa rotina do cárcere, construindo uma narrativa de formação que transborda sinceridade – incluindo um humor autodepreciativo muito particular –, sem jamais perder o ritmo ágil e cinematográfico. Habitado por personagens repletos de cor e fúria (que poderiam dar origem a uma série tão complexa quanto Orange is the new black), Out of orange é, acima de tudo, um livro sobre redenção. Cleary deixa claro que, no caminho para a liberdade, contar sua história foi mais importante que qualquer atestado do Departamento de Justiça.


O VIÉS OTIMISTA


Por que somos programados para ver o mundo pelo lado positivo
Por que acreditamos que o futuro será melhor do que o presente? Para a premiada neurologista cognitiva Tali Sharot, este comportamento é resultado da inclinação natural do cérebro humano para o otimismo. A questão, que ganhou a capa da revista Time, é explorada neste lançamento da Rocco, que marca a estreia da Origem, coleção de ciências que reunirá títulos em busca de respostas avançadas para perguntas fundamentais.
Chamada de ‘Oliver Sacks de saia’ e palestrante assídua no circuito TED, Sharot investiga como expectativas e fatores sociais influenciam emoções, motivações, decisões e até memórias. E atesta: o otimismo é crucial para a existência humana. Ela dá como exemplo um jovem estudante do ensino médio, que sonha ser um médico respeitado, quem sabe o descobridor da cura do câncer. Esse mesmo jovem também se pega imaginando como é difícil estudar medicina, os tempos de lazer tomados, os custos altos e o sacrifício da família para manutenção dos estudos, as condições insalubres e falta de estrutura dos hospitais e, por fim, a quantidade de vidas que vão se esvair em suas mãos. São muitas as questões reais que ele terá que enfrentar no dia a dia, mas, sem a habilidade que todo ser humano tem de agir de forma otimista e projetar um futuro melhor, esse jovem terá enorme chance de jamais tornar-se médico. E o mundo pode perder a chance de jamais conhecer o descobridor do câncer.


O viés do otimismo é definido por Sharot como a tendência do ser humano de superestimar a probabilidade de acontecimentos positivos e subestimar a probabilidade dos negativos. Esse bem protege o ser humano de ter suas ações impedidas e desestimuladas pelas tribulações inevitáveis da vida cotidiana ou de perceber que as opções são, de alguma forma, limitadas. Por isso mesmo, ajuda o ser humano a relaxar, melhorar a saúde e a agir. Mais do que isso, uma boa dose de otimismo pode levar a “profecias autorrealizáveis”, caso de um time de basquete americano cujo técnico assegurou em entrevista que sua equipe ganharia o campeonato da temporada seguinte. A determinação do técnico levou o time a treinar com afinco no intuito de garantir o que seu líder prometera evitando a humilhação.


“A ciência nos mostrou que a mente humana tende a pensar em dias de sol. Embora sejamos otimistas, nossas expectativas não costumam beirar a insanidade. O viés do otimismo significa apenas que, na maior parte das vezes, nossas expectativas são ligeiramente melhores do que o futuro nos reserva”, afirma a neurocientista. Mesmo quando as condições são adversas, a tendência é que o processo do otimismo transforme reveses em oportunidades. Episódios negativos podem apenas estar preparando o terreno para algo muito melhor, que ainda não consta do futuro possível imaginado. 
A tendência a fazer previsões positivas para criar resultados positivos está enraizada em regras fundamentais que governam a maneira como a mente percebe, interpreta e altera o mundo que encontra. Ela também explica o que acontece quando há “falhas” nesse processo cerebral que podem levar à reversão extrema do otimismo, caso da depressão, e as diferenças fundamentais entre pessoas otimistas e pessimistas.
O viés otimista – Por que somos programados para ver o mundo pelo lado positivo está longe de ser uma publicação voltada para a comunidade científica: o objetivo da autora foi justamente escrever para um público leigo, sem abrir mão do conteúdo.


A SINAGOGA DOS ICONOCLASTAS

Escritor excêntrico e cultuado, amigo de Jorge Luís Borges e Adolfo Bioy Casares, o argentino J. Rodolfo Wilcock apresenta neste livro uma singular galeria de retratos: as vidas imaginárias de 36 personagens. São teóricos, utopistas, sábios, inventores, dicionaristas, escritores – todos eles abnegados heróis do absurdo.
Não por acaso, tais personagens, para justificar o despropósito de suas ações, apoiam-se nas mais sólidas bases da ciência e de disciplinas apresentadas com rigoroso estratagema. Ou, ao menos, estão impulsionados pela fé mais abstrata e ingênua. Mesmo que alguns argumentos beirem a demência são confundidos com a mais pura genialidade. Nada muito diferente do que pode acorrer no chamado mundo normal.
No livro de Wilcock, no entanto, essas vidas monstruosas são resgatadas do esquecimento da História. Viajando através das épocas e dos cantos mais remotos do mundo – há inclusive uma passagem localizada numa fazenda nos arredores de Belém do Pará –, encontramos, entre outras não menos extravagantes, as seguintes figuras:
Jules Flamart: autor de um romance-dicionário, La langue en action, em que cada verbete apresenta breves passagens narrativas concatenadas de modo que o leitor não só aprenda o uso correto das palavras como também se divirta.
Aaron Rosenblum: um utopista cujo plano, exposto no livro Atrás da felicidade, era transportar o mundo de volta ao ano de 1580, e dessa maneira abolir o carvão, o petróleo, os carros, as estradas asfaltadas, a luz elétrica, os jornais, os aviões, o gás, o voto, os papagaios, os Estados Unidos etc. etc. etc. 
Roger Babson: fundador, em New Hampshire, da Fundação para a Pesquisa sobre a Gravidade, por seus detratores considerada a instituição mais inútil do século 20. Seu objetivo declarado era descobrir uma substância capaz de isolar e anular a força da gravidade.
Charles Carroll de Saint Louis: autor de The negro a best e de The tempter of Eve, livros em que tenta provar que o negro foi criado por Deus junto com os animais, tendo o único objetivo de que Adão e seus descendentes não carecessem de garçons, lavadores de pratos e engraxates.
Yves de Lalaude, escritor. Hoje ninguém mais lê os romances dele, o que levanta a suspeita, segundo Wilcock, que daqui a não muito tempo “ninguém mais lerá os romances de ninguém”. Yves de Lalaude era um nome inventado; na realidade, chamava-se Huber Puits, e foi o primeiro produtor de romances (672 no total) em escala verdadeiramente industrial.
A partir desses exemplos de A sinagoga dos iconoclastas, compreende-se por que o escritor Joca Reiners Terron, no posfácio à edição do livro, define a abordagem literária Wilcock como “a plausibilidade existente no grotesco para testar os limites tênues entre a ciência e a loucura através da arte”.
Juan Rodolfo Wilcock foi romancista, contista, poeta, ensaísta, dramaturgo e tradutor (traduziu para o italiano mais de 100 títulos do espanhol, inglês, alemão e francês). Escreveu sua obra quase que inteiramente em italiano, sua língua de adoção, o que o inclui na rica tradição dos escritores de dupla nacionalidade literária como o polonês Joseph Conrad e o russo Vladimir Nabokov (ambos adotaram o inglês) e o irlandês Samuel Beckett (que escreveu seus principais livros em francês).
Publicado originalmente em italiano em 1972, A sinagoga dos iconoclastas evoca as famosas Vidas imaginárias, de Marcel Schwob. Como também “os livros inventados” do seu Borges (sobretudo A história universal da infâmia). Wilcock, contudo, se aproxima dessa tradição – à qual ainda estão filiados livros do cubano G. Cabrera Infante (Vista do amanhecer no trópico) e do chileno Roberto Bolaño (La literatura nazi em América) – com humor e fúria implacáveis.


PROSAS APÁTRIDAS

Considerado um dos melhores contistas não só latino-americanos mas de toda a língua espanhola, na opinião de seu compatriota, o Prêmio Nobel Mario Vargas Llosa, o peruano Julio Ramón Ribeyro é também um grande pensador. Prosas apátridas, livro sofisticado e delicioso, que integra a coleção Otra Língua, é a maior prova disso.
A edição da Rocco, com tradução de Gustavo Pacheco, é a definitiva, de 1982, que reúne 200 fragmentos curtos, a maioria não ocupando mais de uma página. Aproximam-se de um diário íntimo (o escritor, aliás, foi um cultor desse gênero, alimentando anotações em cadernos entre os anos de 1950 e 1978, depois reunidos sob o título geral de La tentación del fracaso).
Como o autor esclarece na introdução, são “prosas apátridas” não porque ele se considerasse um escritor sem pátria. Mas sim porque enfeixa textos que não encontravam lugar em outros livros justamente por não pertencer a nenhum gênero e não se encaixar em nenhum território literário próprio. Além disso, quase a totalidade deles foi escrita em Paris, onde Ribeyro, nascido em 1929, viveu grande parte de sua vida como estudante, boêmio, jornalista, adido cultural e representante do Peru na Unesco. 
De alguma maneira, os textos se assemelham a breves ensaios, ou a pequenas narrativas de ficção interrompidas de súbito. Todos carregam uma enorme originalidade, e, como nota Paulo Roberto Pires no posfácio, o leitor não deve se surpreender, ao chegar ao fim do volume, de encontrá-lo com muitas linhas sublinhadas. E com vontade de voltar a ler tudo outra vez, com calma, pois a primeira leitura, de tão irresistível, é feita num fôlego só: “Na vida, na realidade, não fazemos nada além de cruzar com as pessoas. Com algumas conversamos cinco minutos, com outras andamos até a próxima estação, com outras vivemos dois ou três anos, com outras moramos juntos dez ou vinte anos. Mas, no fundo, o que fazemos é só cruzar (o tempo não interessa), cruzar e sempre por acaso. E sempre acabamos nos separando.”
Como faz um cronista sem assunto, muitas das notas nascem da observação de vizinhos (estranhamente, quase todos calvos) e de viagens no metrô parisiense. Julio Ramón Ribeyro mostra, aqui e ali, uma acidez de Rubem Braga, um lirismo de Paulo Mendes Campos, uma introspecção de Clarice Lispector. 
A importância de Ribeyro – que, por temática e temperamento, passou ao largo da explosão do “boom” latino-americano da década de 1960, que consagrou Vargas Llosa, Julio Cortázar, Carlos Funtes e Gabriel García Márquez – só recentemente começou a ser reconhecida. Principalmente, sua maestria como contista que antes prefere a transparência clássica a experimentalismos de última hora (entre nós, está traduzida uma antologia de relatos, Só para fumantes, lançada em 2007). 
Estas Prosas apátridas revelam um escritor em permanente conflito com a vontade e a necessidade de criar. Aquele que escolheu um caminho único e que, antes de alcançar seu objetivo, se tortura diante do que considera um meio hostil: “A existência de um grande escritor é um milagre, o resultado de tantas convergências fortuitas como a que confluem para a eclosão de uma dessas belezas universais que fazem sonhar toda uma geração (...). Uns morreram jovens, outros mudaram de ofício, outros se dedicaram à bebida, outros ficaram loucos, outros não tiveram um ou dois dos requisitos que os grandes artistas têm que apresentar para elevar-se acima do nível da subliteratura.”
Leitor de Balzac e Montaigne, fumante inveterado, apreciador do vinho francês, Julio Ramón Ribeyro morreu em 1994, dias depois de receber o Prêmio Juan Rulfo pelo conjunto da obra. Em seu túmulo, em Lima, está reproduzida a última destas “Prosas apátridas”: “A única maneira de continuar vivendo é manter serena a corda de nosso espírito, tenso o arco, apontando em direção ao futuro.”


CICATRIZES

Dizem que chegar à universidade é o início de uma nova etapa na vida de qualquer um. Com Chloe não foi diferente. A protagonista de Cicatrizes, livro 1 da série Torn, é loura, de olhos azuis e pele branca de boneca, com alargadores nas orelhas, muitos anéis e apreciadora de um bom rock and roll. E nem mesmo o estilo mais sombrio de encarar a vida é capaz de disfarçar sua beleza. Cicatrizes integra a coleção <3 Curti, dedicada a leitores que não abrem mão de uma boa história romântica com final feliz. 
Foram poucos os relacionamentos de Chloe até a chegada à universidade. Ela escolheu ingressar na West Virginia e cursar Psicologia pela oportunidade de permanecer perto de Amber, a melhor amiga, e Logan, o fiel escudeiro e amigo desde os tempos de ensino médio. Chloe nunca teve uma boa convivência com a mãe, drogada e desequilibrada. 
Mas justamente no primeiro dia de aula, o destino de Chloe começa a ser traçado em outra direção. É quando ela senta ao lado de um típico bad boy tatuado, piercings nos lábios e nas sobrancelhas. O coração bate mais forte, a respiração fica alterada, e a boca seca. Drake Allen é o motivo. Dono de um mustang e vocalista da banda Breaking the Hunger, o rapaz é bastante assediado pelas fãs e não se prende a ninguém. 
Drake não resiste à troca de olhares com Chloe, quando se esbarram pela primeira vez na sala de aula. É o início de uma relação com muitos obstáculos, movida por desejo e paixão intensos. Mas Drake se declara num momento em que Chloe, desiludida, resolve ceder aos encantos de Logan, o melhor amigo, que há anos nutre um amor platônico, e que finalmente tem coragem de se declarar. 
Seria válido trocar um amor seguro por um músico bad boy, ou mais cômodo manter a amizade disfarçada de namoro? De um lado, Logan, lindo, gentil e carinhoso. De outro, Drake, uma paixão rude e avassaladora. Mas por que será que os caminhos do coração indicam sempre as curvas mais tortuosas? Chloe decide então seguir em frente na busca pela felicidade, mas não contava que o passado voltaria a bater em sua porta.


COMO CRIAR UM ADULTO


Liberte-se da armadilha da superproteção e prepare seu filho para o sucesso
Assunto recorrente entre educadores e psicólogos, e cada vez mais frequente na imprensa e nas redes sociais, o excesso de proteção e interferência dos pais na vida dos filhos está criando uma geração cada vez menos preparada para lidar com os desafios da vida adulta. São jovens que chegam às universidades, mas não têm o controle de sua vida acadêmica; que chegam ao mercado de trabalho, mas não conseguem se ajustar às exigências e dificuldades que a vida profissional exige, para além da competência técnica. Muito provavelmente são filhos de pais-helicóptero, que estão sempre voando baixinho e prontos para pousar e prestar socorro ao menor sinal de problema. Decana de calouros da Universidade de Stanford, Julie Lythcott-Haims reflete, em Como criar um adulto, sobre as angústias que levam os pais a esse tipo de postura e apresenta estratégias que os ajudam a entender a importância de permitir aos filhos cometer seus próprios erros para que se tornem adultos plenos. 
“Este livro trata daqueles pais que se envolvem demais na vida dos filhos”, afirma a autora, ex-diretora de uma das mais influentes universidades norte-americanas, e mãe superprotetora assumida. Ela parte da tripla experiência – da maternidade, da observação de jovens universitários e a de cientista – para analisar como e por que a superproteção foi se consolidando na educação das mais recentes gerações de pais.
A linguagem é fluida, informativa e coloquial, na busca de uma interlocução com pais que exageram na dose de zelo. O caminho? Fomentar a resiliência nas crianças; observar como certos privilégios (boa situação financeira, escolaridade assegurada) dão pouca margem ao esforço pessoal, ao contrário de crianças de famílias menos favorecidas; ser mais realista e baixar um pouco o nível de exigência quanto ao futuro dos filhos, principalmente em relação à carreira.
Pragmático, o livro aborda algumas preocupações intrínsecas à cultura norte-americana, como o sonho com a faculdade idealizada (Harvard, Yale etc.) e traz uma lista de outras instituições que devem ser consideradas. Traduzindo a obra para a realidade brasileira, o livro pode ajudar muitos pais a avaliarem suas posições e reconsiderarem padrões de carreira e educação também por aqui. 
Ouvir e considerar a voz dos filhos é outra dica importante da autora. Lythcott-Haims revela textos de entrevistas feitas com jovens candidatos à universidade que clamam serem ouvidos: “Sei que você me ama, e está tentando fazer o melhor, mas pode me dar um pouco de espaço?” Como criar um adulto é leitura obrigatória para todos os pais em busca de uma maneira melhor e mais coerente de preparar seus filhos para as exigências da vida. 


FELIZMENTE, O LEITE

Com a mãe fora de casa, os irmãos estão sob os cuidados do pai. Para evitar sustos, ela deixou tudo anotado e a comida etiquetada. Entretanto, logo na primeira noite, eles queimam o jantar e vão a um restaurante indiano. Na manhã seguinte, o leite acaba. E como todos sabem, não se pode comer cereal matinal sem leite (nem tomar o chá do papai). Então, o pai sai para comprar mais – não aquele desnatado que tem gosto de água. E o que encontra pelo caminho é muito mais do que um simples acompanhamento para o lanche da manhã. 
Felizmente, o leite é o novo livro do britânico Neil Gaiman, autor de Os lobos dentro das paredes, Coraline, O livro do cemitério, entre outros. Cultuado no mundo inteiro, ganhador de inúmeros prêmios, entre eles o Newberry Medal, Gaiman mostra mais uma vez do que é capaz nesta hilariante aventura em que um simples pai de família sai para ir até a esquina comprar leite para o café da manhã dos filhos e leva mais de mil horas para voltar.
A preocupação crescente dos irmãos com a demora vira incredulidade quando o pai conta a mirabolante aventura por que passou até chegar em casa (com o leite, felizmente). Uma fantástica história com um disco voador e seus tripulantes, gosmentos alienígenas verdes, um deus do vulcão chamado Esplod, piratas, vampiros, uma patrulha galáctica formada por dinossauros e Esteg, o estegossauro cientista e seu balão/máquina do tempo.
Gaiman leva o pai em um louca viagem no tempo e espaço repleta de absurdos, paradoxos e ação frenética. Com o apoio do talentoso ilustrador Skottie Young, responsável pelos desenhos bem-humorados e ricos em detalhes, o escritor apresenta mais uma obra única. Felizmente, o leite é Neil Gaiman no seu melhor estado e um deleite para os fãs de todas as idades.


A IMPROVÁVEL TEORIA DE ANA & ZAK

Zakory Duquette e Ana Watson estudam no mesmo colégio e estão prestes a terminar o ensino médio. Zak planeja cursar uma faculdade qualquer, aprender o suficiente para ganhar a vida e ter tempo para se dedicar ao que realmente interessa: o mundo geek. Ao contrário de Zak, Ana esforça-se ao máximo para ser a melhor aluna. Sua vida resume-se a estudar e a realizar atividades que causem boa impressão no currículo. Tudo isso para conseguir não apenas uma vaga, mas a bolsa de estudos que permitirá ir para uma universidade bem longe de casa.
A vida dos dois segue em paralelo até o dia em que a sra. Brinkham chama Zak para uma conversa. Ele está encrencado, corre o risco de ficar mais um semestre no colégio por não ter levado a sério as aulas de saúde. Para não repetir de ano, a sra. Brinkham dá a Zak apenas uma alternativa: participar dos jogos acadêmicos em Seattle no dia 2 de março. Ele topa, mas logo se dá conta de uma enorme "tragédia". Os jogos acadêmicos serão na data mais importante de sua vida, pela qual espera ansiosamente todos os anos... o dia da Washingcon, uma enorme convenção de ficção científica, realizada ironicamente também em Seattle. Só que desta vez ele terá de se contentar com um jogo bobo de conhecimentos gerais.
É aí que os caminhos de Zak e Ana se cruzam. Ana faz parte da equipe, mas ela faz questão de ignorar Zak. Já Clayton, o irmão mais novo de Ana, está fascinado pelas histórias do garoto e quer saber tudo sobre a convenção de ficção científica. Nem Zak nem Ana poderiam imaginar que a curiosidade de Clayton os uniria em uma das noites mais movimentadas de suas vidas. Tudo começa quando Clayton foge do hotel em que estão os estudantes para ir àWashingcon. Ana desespera-se. Se os pais descobrirem que tirou os olhos do irmão, ela pode ter o mesmo destino trágico enfrentado pela irmã mais velha. Anna precisa reencontrar Clayton e trazê-lo para o hotel antes do toque de recolher imposto pela sra. Brinkham. 
A contragosto, Ana precisará contar com a ajuda de Zak para procurar pelo irmão nos enormes pavilhões da Washingcon. À medida que as horas passam, Ana descobre o quanto Zak é popular naquele mundo diferente e inusitado, habitado por pessoas vestidas de orcs, smurfs, zumbis e até de Moranguinho. Entrando e saindo de uma confusão atrás da outra, Ana e Zak acabam correndo não apenas atrás de Clayton, mas os dois adolescentes buscam entender o que têm feito de suas vidas até ali e o quanto podem se permitir quando pensam no futuro.


VENENOSAS

No último verão em Rosewood antes da universidade, Aria Montgomery, Hanna Marin, Spencer Hastings e Emily Fields tentam arrumar suas vidas. Venenosas, décimo quinto volume da série Pretty Little Liars, mostra as adolescentes sob uma nova perspectiva: pela primeira vez, elas conhecem a identidade de A e sabem que a pessoa que as ameaça está trabalhando sozinha. O quarteto pretende aproveitar a oportunidade e acabar com a perseguição de uma vez por todas, embora a polícia acredite que o caso esteja solucionado.
Depois de serem inocentadas da acusação de assassinato de Tabitha Clark, Aria, Hanna, Spencer e Emily, que haviam sido expulsas do colégio Rosewood Day, receberam permissão para se formar, caso completassem os créditos dos seus cursos. Com exceção de Aria, que pretende tirar um ano sabático, as jovens ainda poderão entrar nas universidades que as aceitaram, desde que suas notas sejam consideradas satisfatórias. Paralelamente, Alison DiLaurentis é dada como morta pela polícia, e as Pretty Little Liars, embora acreditem que Ali esteja viva, não recebem ameaças há algum tempo.
E a vida das quatro garotas de Rosewood parece estar entrando nos eixos. Aria é descoberta no mundo das artes depois que um renomado colecionador compra um de seus quadros; Hanna é convidada para um papel em um novo filme sobre a vida das Pretty Little Liars, ao lado de celebridades do cinema; Spencer faz sucesso ao escrever um blog sobre bullying; e Emily tem a chance de reencontrar Jordan, a menina por quem se apaixonou. Mas Alison não foi esquecida: ganhou um numeroso fã-clube, chamado “Os Gatos de Ali”, cujos integrantes parecem ser tão loucos quanto ela.
Com o passar dos dias, Aria, Hanna, Spencer e Emily chegam a uma terrível conclusão: Alison DiLaurentis está viva e disposta a acabar com elas, mas a polícia jamais acreditará no que dizem. Decididas a localizar e desmascarar Ali, as jovens partem para uma investigação por conta própria, que se revela bem mais perigosa do que poderiam imaginar. Será o fim das Pretty Little Liars? Mergulhe em mais uma trama de Sara Shepard e descubra.


TEMPORADA DOS OSSOS

O ano é 2059. Desde o reinado de Edward VII, videntes e atividades paranormais são realidade na Inglaterra, mas nem por isso são bem aceitos. Chamados de desnaturais, eles são marginalizados e perseguidos pela sociedade. A jovem irlandesa Paige Mahonney é uma vidente, uma andarilha onírica, um dos tipos mais raros de videntes.
Fantasia distópica com toques paranormais, Temporada dos ossos é o primeiro de uma saga de sete livros, escrito enquanto Samantha Shannon ainda estava na universidade, aos 21 anos. Shannon foi publicada na Inglaterra pela Bloomsbury, casa editorial responsável pelo sucesso Harry Potter, o que rendeu à autora comparações imediatas com J. K. Rowling. Para além das coincidências, a autora foi apontada pela crítica como uma nova e vigorosa voz da literatura fantástica contemporânea, “a melhor criação mitológica desde que Harry Potter aportou em sua Nimbus 2000”, afirma oUSA Today, por sua combinação de horror e ficção científica, com um inovador e surpreendente código de combate para os personagens. 
Shannon apresenta aos leitores uma nova heroína: Paige Mahoney, uma criminosa que age na área de Seven Dials, em Scion Londres, uma cidade sitiada pelo medo e pela desconfiança. Sob o comando de Jaxon Hall, um dos chefões do submundo londrino, Paige ganha a vida “roubando” informações das mentes das pessoas com o seu dom.
Mas após um incidente no metrô que leva dois oficiais à morte, Paige é atacada e capturada pela Divisão de Vigilância Noturna, DVN, e enviada para Oxford, agora conhecida como Sheol I, uma cidade prisão. Oculto por duzentos anos, o complexo é dominado por uma poderosa raça de outro mundo conhecida como Rephaim. Cada vidente capturado e levado para Sheol I é escolhido pelos Rephaim, e Paige fica junto do Mestre, o consorte de sangue. Um membro da elite rephaite.
Assim começa uma conturbada relação entre os dois. À medida que o tempo passa, Paige descobre um pouco mais sobre os rephaites e seu plano de dominação do planeta. E para conquistar sua liberdade, a jovem precisa aprender a confiar, na prisão onde ela está destinada a morrer. Samantha Shannon apresenta aos leitores um romance surpreendente e arrebatador, e mostra por que é considerada um dos principais nomes da literatura de fantasia atual.






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